tag:blogger.com,1999:blog-21180108064037701742024-03-05T18:33:09.494-08:00redescobrir...porque descobrir é um verbo em movimento.Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.comBlogger39125tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-10593879606586559632015-11-29T18:45:00.002-08:002015-11-29T18:49:00.068-08:00DAS DECLARAÇÕES QUE EU PODIA TER FEITO<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17.5636px; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace; line-height: 17.5636px;">Eu entro com os pés descalços no jardim vasto e florido da sua alma. Eu não temo os espinhos que aparecem de vez em quando. Mais vale o frescor da grama verde entre os dedos. Mais vale apreciar a paisagem com todos os sentidos que posso. Eu respiro você. Eu danço a música do seu corpo, no compasso de cada batida do seu coração. Quando a gente se esbarra, por acaso, num lugar qualquer, meu peito respira aliviado, qual uma criancinha perdida que encontra o abraço de sua mãe. Mas nosso amor não é materno: ele tem sexo, ele tem fogo, ele tem pele e beijos e corpo. Quando me perguntam como vejo meu futuro, ele é sempre assim: nós dois juntinhos, num ninho, com tudo isso que somos quando estamos juntos, nada mais.</span></div>
Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-87824117993918061742015-11-01T18:49:00.000-08:002015-11-01T18:54:48.659-08:00DESENCAIXENa ordem das coisas mais sutis dos meus sentimentos<br />
Na candeia da sabedoria que ilumina meus versos quase-sempre tortos<br />
Na alquimia que as palavras tem e trazem a cada grito de amor que gritam em rima:<br />
Eu des-rimo! Me recuso! Contra-verso!<br />
Tenho medo de fincar minhas toiceras na gleba infértil da pseudo-intelectualidade<br />
Nessa sabedoria rasa, que chamo de burra<br />
Essa gente que se iguala, que é nula<br />
Tenho pavor de mediocridade até nas mais pequeninas coisas<br />
Não dá e não quero fazer o corte vertical pra separar sentimento de racionalidade<br />
Pra mim, só funcionam agarradinhos, fazendo amor<br />
Como sujeito e predicado, namorada e namorado<br />
Que se encaixam numa (pre)posição<br />
<br />Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-89176704203839536042015-05-07T19:06:00.003-07:002015-05-11T21:26:15.459-07:0013 ANOS<div class="MsoNormal">
quero te levar ao cinema numa quarta-feira à tarde</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
numa sessão vazia e dar beijo com gosto de m&m's <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
vamos fingir que a gente tá na sexta série<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
sair por aí de mãos dadas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
com toda pureza de quem não vê malícia<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
ir pro clube, não fazer a lição<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
depois eu te levo em casa, outro beijo no portão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
vou pregar seu retrato na porta do meu guarda-roupas <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
escrever seu nome com meu sobrenome pra ver se combina<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
espalhar pros outros meninos que você é minha namorada<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
ligar no sábado pro telefone da sua casa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
se sua mãe atende, eu faço voz de menina<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
se seu pai atende, eu desligo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
quero te amar como se você fosse a primeira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
mesmo que a gente já esteja pelos vinte e tantos anos,<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
como se o primeiro amor fosse aquele que dá certo<o:p></o:p></div>
Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-40066921183659070592015-03-31T21:27:00.000-07:002015-03-31T21:27:21.498-07:00DISSESTE. FIZESTE. SAÍSTE.<div class="MsoNormal">
Disseste um "também", em resposta ao meu "eu
te amo"</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
enquanto tomávamos café da manhã<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Você quase não comeu nada, alegou indisposição<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
subiu as escadas depressa, mas com delicadeza<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e eu fiquei parado, fingindo engolir o café </div>
<div class="MsoNormal">
(já não
conseguia engolir mais nada),<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
só ouvindo o choro dos móveis:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
abre-fecha, abre-fecha, abre-fecha<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Fizeste as tuas malas devagarinho,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
não esqueceu um grampo sequer<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
mas na penteadeira, ficou o cheiro da minha mulher<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
naquele espelho, o teu rosto<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e nos lençóis, o teu corpo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
como se tua presença independesse de você estar ali,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
como se a tua alma estivesse presa a mim<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
naquele quarto, onde tantas vezes fomos nós<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e as nossas almas se tornaram uma<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Saíste sem dizer nada,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
arrastando aquele tanto de malas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
sem rancor ou raiva,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
mas com aquela mesma doçura de sempre<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e eu, como espectador dessa cena triste<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
emudeci!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
palavras já não eram necessárias,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
nós dois sabíamos,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
quando o elevador chegou ao nosso andar,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que você nunca mais voltaria...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Agora, nesse apartamento vazio,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
me atrevo a escrever poesia<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
pensando em nós,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
lembrando daquela tua pele macia<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e tão quente, tão sua, tão minha<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
...melhor parar por aqui, já chegou a melancolia<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
e essa estória já tá virando uma rima pobre.<o:p></o:p></div>
Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-72188420770530358202015-01-30T17:00:00.000-08:002019-04-29T10:58:03.261-07:00O TEMPO DAS COISAS (QUE NÃO SÃO COISAS)Eu sempre acreditei que a felicidade iria chegar quando eu estivesse inteiramente (corpo, alma, cabeça e coração) alinhado ao tempo das coisas que não são coisas. Quando eu estivesse docilmente subordinado à espera deliciosa desse presente que a vida vem, há muito, embrulhando com suas fitas de cetim mais bonitas pra me entregar. Esse desenho quase expressionista, aquarela romântica, tons de azul em degradê... Quiçá talvez quem sabe um poema cheio de rimas-pobres, desses bem melodramáticos que - por um motivo ou outro - dão uma vontade danada na gente de chorar. É nesse exausto e intenso instante onde eu sempre acreditei que morasse a felicidade. Quando eu estivesse completamente imerso na certeza incerta e duvidosa de que o amor está à minha espera, que vai bater na minha janela, que vamos nos esbarrar na esquina da minha rua ou na venda em que vou sempre comprar pó de café.<br />
<br />
A Vida me encarou um dia, fitou fundo os meus olhos e revelou esta triste verdade: que o amor vem só para alguns, vez ou outra, devagar, como quem não quer chegar. Colheita tão esperada que custa a vingar e dar seu fruto. Chuva que se encontra, num beijo, com a terra seca. Água redesenhando as linhas de aridez no solo. Emaranhado de fios, todos cruzados, de um belo tecido em mãos de paciente tecelã. Que o amor é chá-de-cadeira, quem sabe a vida inteira, que é gozo pra quem sabe e quer a ele ser fiel. Que o amor é concebido, fruto de uma paixão que não acontece todo dia, mas que pode chegar a qualquer dia, numa semana vazia. Que o amor, como a vida, é uma eterna sala de espera.<br />
<br />
E eu, na certeza de quem sou e com a consciência tranquila de ser plenamente isso que sou, olhei bem nos olhos da Vida, com riso de quem quer chorar, com choro de quem sorri e respondi, serenamente:<br />
<br />
- Eu tô acostumado a perder. E mais acostumado ainda a esperar...<br />
<br />
<br />Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-61124217193140266412015-01-03T14:10:00.000-08:002015-01-10T13:56:43.477-08:00"EUMAR"está quente e, mesmo que não estivesse,<br />
<div>
minhas emoções transformam qualquer neblina em calor de quarenta graus</div>
<div>
minha alma fervendo, ebulindo a cabeça<br />
<div>
foi quando a pele - pegando fogo - se encontrou com a água gelada de Copacabana</div>
<div>
e nus, nos tornamos um só elemento, um só corpo, uma só paz</div>
<div>
enquanto ouvia um canto gregoriano - triste! - ao fundo</div>
<div>
a água gelada parecia preencher todos os meus poros</div>
<div>
os pulmões ainda relaxados, involuntariamente, se enchiam, devagarinho, de ar</div>
<div>
permaneci estático, como um objeto perdido naquelas águas salgadas<br />
oferenda que Iemanjá "injeitou"</div>
<div>
e uma paz imensa invadiu meus pensamentos</div>
<div>
aquela paz que dizem que só sentimos quando temos certeza que a morte está chegando</div>
<div>
me senti eternizado numa pintura de Monet, ali, naquele lugar, naquela sentença</div>
</div>
<div>
eternizado nas pinceladas do meu pintor favorito, que jeito bonito de partir...<br />
<br />
mesmo ensaiando minha partida, o corpo começou a subir<br />
e eu emergi do mergulho, da quase-morte, do possível fim<br />
e as narinas puxaram o ar com urgência, enchendo os meus pulmões<br />
o corpo reagiu, uma vontade feroz de viver<br />
- eu quero viver! -<br />
eu e o mar fizemos amor aquele dia, de forma intensa, visceral<br />
e, desde então, nunca mais fui eu inteiro<br />
o pronome, assim, certinho, primeira pessoa do singular...<br />
sou metade eu, metade mar: <i>eumar</i><br />
<br />
[vezenquando deságuo, vezenquando é preciso empoçar]</div>
<div>
<br /></div>
Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-67120020784902163732014-12-01T23:52:00.000-08:002014-12-01T18:06:57.243-08:00MEU ERRO FAVORITO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/AmIlUKo4dQc?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Me perdoe a inabilidade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
de traduzir sentimentos nesse monte de palavras bobas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
se, às vezes, numa frase completamente sem nexo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
expresso meus sentimentos mais nobres<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Me perdoe, talvez, o português descompromissado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
ou, ainda, por não conseguir dizer tudo o que deveria<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Juro que tento!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Essa é uma das tentativas (frustradas) de dizer<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que mesmo enxergando todas as nossas diferenças,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
sabendo que você não está nem um pouco a fim,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
eu penso em você,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
em nós...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Faço jogo, faço tipo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
tentando te enganar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e tentando me enganar também<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e nunca consigo!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não sou bom em jogos, você sabe<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
sempre fui café-com-leite no amor<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Me perdoe por não ser aquilo que você procura,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
mas, saiba que, de todos os meus erros,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
(acredite, foram muitos!)<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
você é o meu erro
favorito<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-41526349997821354672014-11-07T15:07:00.000-08:002014-12-01T17:55:23.849-08:00UMA PROMESSA<div class="MsoNormal">
Na bagunça do meu coração eu me perco<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
perco as chaves, perco a esperança<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
perco o dia, perco a hora, perco o trem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu estou perdido nessas emoções todas!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Queria voltar a ter seis anos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e acreditar quando minha mãe dizia que eu era lindo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Era tudo tão mais simples<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
quando a opinião da mãe da gente bastava...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A gente vai crescendo junto com as complicações<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
cada vez mais profundas e intransponíveis,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
as pessoas cada vez mais implacáveis e duras.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
“Você tem que crescer!” – eles dizem<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu só nunca tinha parado pra pensar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que pra ser grande<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
a gente tem que ir deixando de sentir,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
de se importar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
aos poucos,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
pra sempre!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Hoje eu estou no chão, <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
mas eu vou enfrentar a vida como um leão,<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
isso é uma promessa.<o:p></o:p></div>
Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-24097968907620515422014-10-28T15:03:00.001-07:002014-10-28T15:03:13.293-07:00MAPA<div class="MsoNormal">
Ah!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Se eu tivesse estudado mais cartografia<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
conseguiria, talvez,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
desenhar meridianos, trópicos, círculos polares<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
delimitar os caminhos, ilhas, arquipélagos, rios e mares<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
acusar todos os pontos nodais<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
identificar todas as direções<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que me levam até você<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ah!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Se pudéssemos estar juntos agora<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
poderia, quem sabe,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
percorrer teu corpo sinuoso<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
– como se de curvas fosse feito meu desejo –<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e chegar, enfim,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
aonde sempre quis estar:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
do lado de dentro<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-61308197684769881862014-10-23T23:09:00.000-07:002014-10-23T18:57:45.368-07:00GOSTO DE BOCADia desses, conversando com um amigo meu, ele disse gostar de beijo com gosto de boca. Curioso, perguntei o que seria o tal "gosto de boca". Questionei se poderia ser, talvez, um gostinho mentolado, de bala ou listerine. E ele disse que não, que não gosta de beijo asséptico, que gostava do gosto da boca mesmo. Tuti-frutti, nem pensar! Nem morango, nem chocolate ou vodca. Outra pessoa do grupo implicou dizendo que preferiria sempre uma boca com um quê de menta a uma fétida. Rimos e concordamos todos. Hoje, pensando sobre isso, entendi, finalmente, o "gosto de boca" que meu amigo tanto gosta. Todos nós temos cheiro, forma e sabor. Em cada pedacinho. Cada um tem o seu cheiro, o seu gosto, as suas formas. O gosto da boca é um dos sabores mais íntimos que uma pessoa pode ter. E só pode ser experimentado por quem tem a sensibilidade de compartilhar um beijo com os quatro sentidos. O beijo é quase um festival gastronômico. O beijo é gourmet. Beijar é isso e mais que isso: é o espetáculo completo! O beijo tem simetria, quando as bocas se encontram e os rostos ficam colados e se separam formando os narizes. Forma e contra-forma. O beijo tem som, tem ritmo, tem ginga. O beijo tem coreografia, ora as mãos estão nas costas, ora estão na nuca e tem quem desça mais um pouco. O beijo é um encontro, não só de línguas, mas, também, de dois num só gesto que diz - com a boca e sem palavras - um desejo. O beijo é uma troca, não só de saliva, mas de carinho, de sentimento compartilhado, de vontade... Quando o beijo não é mecânico, mas recheado de bem-querer, ele nunca é o mesmo. Então, me convenci que, realmente, cada um beija com o seu gosto, com sua dança, no seu compasso. E o espetáculo é único, íntimo e pessoal. Nós é que, às vezes, não sabemos aproveitar o presente por completo.<br />
<br />
<br />Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-77177961693832695962014-10-14T20:56:00.001-07:002015-08-26T19:59:29.671-07:00UM ANO DE SILÊNCIOHá um ano, resolvi dar fim a esse espaço. Mas, confesso que - apegado à tudo o que foi produzido, experimentado e desembrulhado nesse endereço - vez ou outra, voltava aqui para reviver coisas. Dizem que quem vive de passado é museu e eu discordo completamente. Nós somos um amontoado de passados. Nossas experiências estão todinhas em nós, marcadas, feito tatuagem na tez. E eu adoro recolorir as tatuagens bonitas que desenhei em minha vida. O nome desse espaço diz muito sobre isso. Eu me re-descubro todos os dias. Essa é uma graça, que recebemos de graça, na vida: o poder cíclico que algumas coisas boas têm. E até as ruins. Aprendemos muito com elas!<br />
<div>
<br /></div>
<div>
Bom, dito isso, estou aqui para re-inaugurar esse espaço. Mas ele não será o mesmo. Heráclito foi um cara muito esperto quando disse que não podíamos entrar num mesmo rio duas vezes... E não podemos mesmo! As águas já não são as mesmas e nem eu. Durante esse período sabático aqui no blog, eu não deixei de produzir. Escrever é quase que um exercício diário. Vivo poetizando o cotidiano. Essa é a minha maior e melhor fuga. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Não tenho, rigorosamente, um estilo a ser seguido. Por isso, vou me dar maior liberdade de postar crônicas, textos, frases, poesias... qualquer rascunho de sentimento que possa tomar forma, virar palavra. O que eu desejo mesmo é que hajam trocas. Se houver umazinha que seja, já vai ter valido a pena. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Um abraço,</div>
<div>
Alysson</div>
Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-43481560410528770272013-10-11T20:46:00.003-07:002013-10-11T20:46:44.335-07:00Relato póstumo de quem já disse adeusVoltar atrás... Quantas vezes já foi preciso?!<br />
Hoje, decidi dar o adeus definitivo. Não só a esse espaço, mas a uma vida que vivi até agora e só me trouxe infelicidade. Hoje eu enterro, de uma vez por todas, a pessoa que fui e inauguro um novo eu. Morre o menino e nasce o homem. Decidi ser menos passional com a vida. Tomar as rédeas, traçar os rumos. Sem enfeites ou fantasias. Sem que as emoções tomem dimensões maiores que a razão.<br />
Foi-se aquele louco apaixonado, romântico, ingênuo com a vida e em relação às pessoas.<br />
Da ultima vez, disse que estava passando por um processo doloroso, mas necessário. Mais que necessário, urgente. E, agora, cheguei na etapa mais importante: o enterro. Hoje eu abandono exatamente tudo o que fui e nasço outra vez. Forte e confiante. Só espero que reste, ainda, um pouquinho de doçura.<br />
<br />
<br />Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-70377011160144272842013-07-13T21:30:00.000-07:002013-07-13T21:56:44.086-07:00Um fim é sempre Um Novo Começo<div style="text-align: right;">
(texto dedicado à todas as pessoas que, apesar de tudo, acreditam em si mesmas)</div>
<br />
Já disse isso uma porção de vezes por aqui: eu não sei mesmo se alguém vai estar lendo o que escrevo. Nunca fui bom com números. E, na verdade, isso não me importa. Não escrevo para ninguém além de mim. Às vezes volto aqui e começo a reler coisas, reviver coisas, aprender. Lembro bem que quando decidi criar um blog, resolvi criar uma página onde pudesse desabafar, pôr pra fora tudo aquilo que me sufocava. Sem enfeites. Sem querer mascarar qualquer coisa ou posar de intelectual, ou fazer gênero. E sempre foi assim. Esse espaço, sempre foi a foz do rio da minha vida com o mar dos meus sentimentos. Meus sentimentos sempre foram (e são!) mar: forte, revolto, imprevisível. Mas, chega uma hora na vida da gente, onde a gente precisa de calma e serenidade. E eu preciso. Preciso urgentemente pôr as coisas no lugar, em ordem. Preciso encontrar aquele espaço de equilíbrio, onde eu possa fechar os olhos e sentir paz (na consciência, no coração, na alma). Não sei se todos vocês (ou quem quer que esteja lendo) já passaram por isso, mas, eu estou em processo de mudança: de mente, de vida. Estou amadurecendo, de dentro pra fora. É um processo doloroso, porém extremamente necessário, de desapego e abandono de muitas coisas que atrapalham nossa evolução enquanto seres humanos. Acredito que nós evoluímos quando decidimos melhorar. E eu estou disposto. Mais que isso, eu estou determinado. Cansei de ficar "à toa na vida, vendo a banda passar". Estou muito cansado de tudo. A vida está cansativa, morna, sem gosto. Eu preciso desse tempo de luta comigo mesmo para simplesmente sair do meu comodismo e viver. Viver de verdade: com vontade e intensidade. Tenho a imensa sensação de que a vida está passando por meus olhos sem que eu viva. E, pra isso, vou abandonar, pelo menos por um tempinho, qualquer outra vida que não seja a real.<br />
<br />
Talvez, um dia, eu volte, mas não pra cá. Mudar faz parte da mudança. Se eu voltar, vai ser pra outra vizinhança e, talvez, quem sabe, a gente até se encontre por lá...<br />
<br />
Deixo vocês com o mestre Cartola que sempre consegue traduzir, em poesia cantada, o que sinto:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/plOTKOJ32Os?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<br />
<div style="background-color: white; font-size: 15px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.14902) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><i>"Deixe-me ir<br />Preciso andar<br />Vou por aí a procurar<br />Rir prá não chorar<br />Deixe-me ir<br />Preciso andar<br />Vou por aí a procurar<br />Rir prá não chorar...</i></span></div>
<div style="background-color: white; font-size: 15px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.14902) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><i>Quero assistir ao sol nascer<br />Ver as águas dos rios correr<br />Ouvir os pássaros cantar<br />Eu quero nascer<br />Quero viver...</i></span></div>
<div style="background-color: white; font-size: 15px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.14902) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><i>Deixe-me ir<br />Preciso andar<br />Vou por aí a procurar<br />Rir prá não chorar<br />Se alguém por mim perguntar<br />Diga que eu só vou voltar<br />Depois que me encontrar..."</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: right;">
Um abraço!</div>
Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-12790709630966161912013-06-19T20:27:00.000-07:002013-06-19T20:30:44.869-07:00Intimidade Quero cochilar com você numa rede em dia de domingo com céu nublado<br />
Beber suco de acerola tirada do pé.<br />
Pode por açúcar, querida. Pra quê adoçante quando somos lindos vestindo 44?<br />
Eu quero desenhar você enquanto estiver distraída<br />
Ajeitar seu cabelo quando vento bagunçar<br />
Limpar o cantinho da boca, quando você nem notar.<br />
Quero te amar com gostinho de vida boa<br />
de tempo que não passa<br />
de música que a gente dança mesmo sem dançar.<br />
Quero descansar em você, meu aconchego<br />
A gente pegando fogo com cheirinho de chuva.<br />
A vida passa e a gente fica,<br />
o mundo acaba e a gente vive. Vive rindo, vive bem.<br />
Quero apenas que você sempre me ame<br />
e eu prometo sempre te amar também.<br />
<br />Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-87275752388803020862013-05-18T16:35:00.001-07:002019-04-29T10:56:06.560-07:00MaturidadeEscrevi seu nome na parede do meu quarto pra me acostumar com a presença dele, sem que me provoque qualquer reação não natural.<br />
Pra eu me acostumar com a ideia de que você é uma pessoa normal, que eu idealizei.<br />
Pra aceitar que você simplesmente nunca esteve proporcionalmente interessada em mim como eu em você.<br />
Porque eu decidi que não vou alimentar nenhum desgosto mais nessa vida.<br />
Jurei pra mim mesmo que eu não vou mais brigar, me esconder, me anular.<br />
Eu vou ser feliz independente de qualquer pessoa e situação.<br />
Já comecei a me acostumar com o seu nome na minha parede, como quem se acostuma com um detalhe na paisagem que encara todos os dias pela janela do ônibus. E você se tornou um detalhe, que eu prefiro lembrar como bonito, de uma paisagem que já passou. Hoje, são outros céus...<br />
<br />
O que passou... passou!<br />
<br />
Eu estou em branca paz, feliz e liberto. Não livre do amor, mas livre da imaturidade. Sabendo que outras situações parecidas podem ocorrer outras tantas vezes, mas a maneira como eu vou encará-las, COM CERTEZA, nunca mais, será a mesma.<br />
Isso é o que eu chamo de maturidade: aprender em amor, com o amor, sobre o amor.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-16977381302991883142013-05-11T17:06:00.003-07:002013-05-11T17:09:23.119-07:00Não sei dizerMuitas vezes, mesmo com o coração gritando, não sabemos o que falar.<br />
Não conseguimos por em palavras tudo aquilo que estamos sentindo.<br />
Há muito tempo venho guardando cicatrizes tão profundas que acho que elas estão indizíveis.<br />
Eu não aguento mais sufocar as palavras dentro de mim.<br />
Tenho uma tristeza tão forte, tão grande, tão... minha!<br />
<br />
Estão todos rindo na cozinha e meu coração, no quarto, urrando de dor.<br />
Às vezes choro, às vezes finjo que estou rindo também...Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-3110396853964826632013-04-11T05:47:00.006-07:002013-04-11T05:50:35.841-07:00Sobre o mar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMigt7EK_gUENlwzlVDQzzGoEhWji2MlN9wofG-oSTjsaUOQmyY0cjveEcpIbsy0TnD-tCOqhq3mNRR7N1rkWGCl8W-gbDdQic9M6Ew44ZNkD_IWV-P6x1eb-aaaz34A0erBE0fG2Cos2I/s1600/O+Mar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMigt7EK_gUENlwzlVDQzzGoEhWji2MlN9wofG-oSTjsaUOQmyY0cjveEcpIbsy0TnD-tCOqhq3mNRR7N1rkWGCl8W-gbDdQic9M6Ew44ZNkD_IWV-P6x1eb-aaaz34A0erBE0fG2Cos2I/s400/O+Mar.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #cccccc; font-size: x-small;">[imagem retirada de: andersonribeiro18.blogspot.com.br]</span></div>
<br />
Numa daquelas tardinhas preguiçosas<br />
sobre o mar<br />
uma canoa <i>canoava </i><br />
À frente, só uma imensidão de águas<br />
e o sol, em despedida, abraçava o céu<br />
sobre o mar<br />
A gente se amava<br />
com o balançar das ondas<br />
sobre o mar<br />
E o doirado de fim-de-tarde<br />
não parecia acalmar nossos corpos acesos,<br />
nossos beijos (que beijos!)<br />
sobre o mar<br />
Às vezes revolto, forte, atroz<br />
não parecia nem incomodar<br />
os carinhos que trocávamos<br />
sobre o mar<br />
Caiu a noite<br />
e nós ainda estávamos lá<br />
sobre o mar<br />
Não quero ir embora,<br />
lugar melhor não há<br />
A vida é muito mais bonita<br />
sobre o marAlyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-76001125949515592072013-03-27T14:32:00.000-07:002013-03-27T14:32:09.720-07:00como se eu soubessecomo se eu soubesse alguma coisa nessa vida,<br />
me arrisco escrever sobre sentimento<br />
metido que sou, exponho o meu ridículo<br />
achando que, talvez, a tragédia esconda alguma beleza<br />
atrevido, atiro verdades<br />
comedido, mostro a cara no que escrevo<br />
não tenho necessidade de reconhecimento<br />
tenho necessidade de sentimento compartilhado<br />
de delicadezas genuínas,<br />
de gente!<br />
de inocências que talvez só existam em livros<br />
de músicas que já não se cantam mais<br />
de abraços que nunca dei<br />
de gente que não conheci e já morreu<br />
daquela história que me contavam e já não contam<br />
porque perdeu a graça e o sentido: eu já cresci!<br />
mas, às vezes, sou aquela mesma criança ansiosa<br />
que não consegue dormir sem historinha<br />
o leão que ruge durante o dia e gatinho que ronrona durante a noite<br />
desequilibrado, carente, feroz<br />
tão prepotente que até se dá licença poética!<br />
<br />Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-35984024491355880352013-02-02T19:42:00.000-08:002013-02-02T19:42:15.295-08:00Mais uma xícara, por favorSenta aqui e ouve o que eu tenho pra falar.<br />
É importante.<br />
Pra você, pros outros, pode ser um monte de ladainha, "conversa pra boi dormir".<br />
Mas, pra mim, é importante.<br />
Tem alguns anos que venho tentando dizer todas essas coisas que estão aqui dentro. Elas estavam quietinhas, dormindo, abandonadas num canto qualquer dentro de mim.<br />
Agora, elas estão cada vez mais urgentes, mais desesperadas.<br />
Pega uma xícara, bebe um café. Fica à vontade. Sinta-se em casa.<br />
Não precisa fazer cerimônia, falar certinho. Se quiser, tire os sapatos, descanse os pés.<br />
É que eu estou farto dessa formalidade toda. Desses eufemismos que a gente põe pra enfeitar nossos deslizes. Os meus erros estão todos aí, espalhados pelo chão. Como fagulhas acesas de um passado não tão distante. Ameaçando um incêndio a qualquer momento.<br />
Não sei quando é que tudo começou. Eu poderia romantizar, dizer que foi numa linda tarde de primavera em novembro de 2003. Mas seria uma mentira! E eu não gosto de emocionalismo barato.<br />
Só sei que era jovem demais pra entender tudo o que estava acontecendo. Pra entender o que eu, até hoje, não entendo.<br />
Quando é que nós começamos a amar?<br />
Sabe, pra mim, o amor sempre foi uma "coisa" muito difícil. Já estou acostumado a ver as pessoas namorando, terminando e voltando e eu, bem... e eu sendo coadjuvante da estória de amor dos outros! Até já estava acostumado com esse papel. Mas é que, de repente, cansei de fazer sempre a mesma cena, o mesmo texto, o mesmo drama.<br />
Você me conhece bem e sabe que eu não estou exagerando.<br />
Eu estou tão cansado desse drama todo. De toda irrelevância, toda invisibilidade que parece me rondar quando falamos de amor.<br />
Senta e me escuta um pouco. Não precisa dizer nada. Só ouve.<br />
Bebe um café comigo que hoje eu já cansei de falar sozinho.Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-52114850529967761372012-11-04T17:08:00.000-08:002012-11-04T17:08:01.340-08:00Conta gotasDe<br />
repente,<br />
enquanto<br />
escrevia<br />
essa<br />
carta,<br />
caiu<br />
uma<br />
lágrima<br />
na<br />
folha<br />
de<br />
papel.<br />
Uma única lágrima que não aguentava mais se segurar. E foi. Escorregou por todo meu rosto e caiu sobre o papel. Muitas vezes, a alma da gente não sabe os porquês nem os "porquens", mas chora. Talvez de alegria, saudade ou solidão... Quem sabe? Eu não! Eu não sei muito da vida. Eu sinto, sinto muito, muito mais que deveria! Mais do que aguento, mais do que aguentam.<br />
Quando? Não sei. O sentimento não tem hora marcada. Mas ele vêm dilaceradoramente quando quer. E eu não preciso contar as lágrimas pra medi-lo. Às vezes eu choro baixinho. Às vezes, por dentro. Sem externar nada, sem lágrimas, sem nariz vermelho. É choro do mesmo jeito. Ou mais dolorido. Ou menos, não sei. Eu não sei muito da vida. Eu sinto, sinto muito. De gota em gota, poderia formar um oceano. O meu oceano. Quem sabe seria bom... quem sabe? Ninguém sabe nada dessa vida! Com todos os diplomas, com toda sabedoria... Que sabedoria? Quem é que disse que isso tudo é verdade? E se for vã filosofia? E se estivermos vivendo a mesma mentira que viveram anteriormente, iludidos, crendo que vencemos aquilo que é invencível? Elis cantou que "ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais", Cazuza que via o futuro repetindo o passado... "Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia". Shakespeare já cantava essa pedra que agora atiro! Nós nos apegamos tanto às nossas verdades absolutas que esquecemos de checar se são mesmo verdades. O que pode ser mudado? O que já foi? O que não é mais? O que é mais importante? QUEM é mais importante? Até onde vai a comodidade, o medo, a frustração?<br />
Por que você chora à noite, escondido, com o rosto no travesseiro? Chora sem saber direito. E tem vontade de gritar. Nunca grita. Porque se gritar, vão escutar e vão querer saber "por quê". E eu não sei direito. Está tudo muito misturado, muito junto, muito dependente. E eu vou vivendo assim, contando os dias, esperando a vida, esperando alguém, esperando ser alguém, esperando ter coragem de viver... de gota em gota!Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-24307900523415093362012-07-08T21:19:00.000-07:002012-07-10T19:39:04.224-07:00Com amor<span style="background-color: white;">Boas lembranças são guardadas nessas caixas de presentes bonitas em cima do guarda-roupas. De vez em quando a gente sente vontade de ir lá e (re)viver aquilo que já nos fez sorrir e que, simplesmente, não existe mais. </span><span style="background-color: white;">Algumas coisas, pessoas, lugares, cheiros e sons a gente não pode levar com a gente. Mas, também, não conseguimos abandonar, esquecer, curar... Nossa única alternativa é guardar, com amor, dentro do coração.</span><br />Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-1182307508899787142012-06-21T21:33:00.000-07:002012-06-21T21:33:38.457-07:00Lençol com elásticoNinguém consegue viver sem uma boa xícara de café, um amor pra lembrar e um bom lençol com elástico pra deitar. Lençol sem elástico sai do colchão durante a noite. E eu preciso que as coisas fiquem firmes. De instável, já bastam meus sentimentos, meu humor e o clima. Nunca sei quando vou morrer de calor ou frio. Não aguento mais mangas 3/4! Quero desculpar atraso por causa do frio ou ter a sede como desculpa pra escapulir do mundo durante o dia. Outono só é bonito na estação, na vida não. Na vida, ou é frio pra esquentar ou calor pra esfriar. Mais ou menos nunca fez meu tipo. Minha garota é intensidade! Eu sei que isso tudo parece meio insano, eu sei. Mas é assim que eu ando, desequilibrado, contendo a minha loucura, filtrando minha insensatez. Quero me convencer que, como dizem, "isso é fase". Fase que dura uma vida, quem sabe inteira. No final das contas, eu só quero uma boa xícara de café pra ficar acordado, um amor pra lembar que vivi (sim, eu vivi!) e um lençol com elástico. Porque lençol sem elástico sai do colchão durante a noite.Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-18823233116589906782012-04-28T05:10:00.001-07:002012-04-28T05:10:34.263-07:00Palavras, apenas palavras.Se eu canto é porque não sei mais dizer.<br />
Às vezes faço verso.<br />
Quase nunca rimo.<br />
Me jogo num oceano de palavras mas quase nunca sei qual pescar. Elas vêm. E eu me rendo. Não sei impedir as palavras de virem à tona. Elas são fortes demais. Quando estão dentro de mim, explodem. E eu não aguento mais implodir. Sou quase um homem-bomba sentimental. E eu vou explodir. Sempre. Vez por vez.<br />
Algumas vezes, sem querer, algumas palavras amargam dentro de mim. E eu tento impedi-las de sair a qualquer custo. E elas apodrecem, causam indigestão.<br />
Eu acho engraçado o poder que as palavras têm. Elas animam, curam, ferem, machucam, espancam, amam. Já levei muitas surras de palavras. Dessas de deixar a gente moidinho no chão. Algumas vezes bati também. Me arrependi. Outras tantas, só apanhei. Não acredito que um tapa se cura com outro. Como minha mãe sempre diz, ninguém resiste ao amor. Nem mesmo as palavras.<br />
Eu canto porque o verso existe.<br />
Nem sempre rima.<br />
Mas sempre vão existir palavras pra se cantar.Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-67025099732666945642012-04-08T07:28:00.000-07:002012-04-08T07:28:26.833-07:00Desculpe o Auê<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/yWYEtRBF4S4?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">P.S.: Nem preciso dizer que tanto a música quanto a Tiê são de um charme absurdo.</div>Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2118010806403770174.post-70282586270988153952012-03-20T21:40:00.000-07:002012-03-20T21:40:14.575-07:00À moda antigaVamos namorar no portão e sair de mãos dadas pela rua.Vamos cantarolar nossa música, ir ao cinema, comer algodão doce. Quero conhecer os seus pais, te fazer uma serenata, te dar flores. Tudo de um jeito bem ultrapassado, desses que não existe mais. Vou te recitar uma poesia e ficar contando todas as suas sardas. Vendo seus olhos sorrirem quando digo alguma besteira. Quero "perder tempo" olhando você. Quero te escrever cartas e sonhar com nosso futuro.<br />
Vamos jantar à luz de velas e dançar valsa. Corre lá e coloca aquele seu vestido rodado que eu te pego às 7 com os meus suspensórios novos e com flores na mão.<br />
Corre, porque a vida passa e a graça também.Alyssonhttp://www.blogger.com/profile/04548425688467120364noreply@blogger.com3