quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Idas e Vindas

Gosto de dias cinzas. Sempre gostei de climas instáveis porque se parecem comigo. Carrego dentro de mim tempestades e às vezes sou só brisa. Mas quando chove, molha demais, quase inunda. Gosto dessas idas e vindas do tempo porque de idas e vindas também é o meu coração. Tão inquieto, tão burro, tão inocente e depravado ao mesmo tempo.
Gosto de me imaginar num lugar tranquilo onde o vento me inventa asas. Fecho os olhos e acho tudo tão bonito, tão real. De verdade mesmo, sabe?! Onde eu posso me encontrar sem esses "enfeitizinhos" que a gente inventa pra mascarar o que, muitas vezes, a gente sente.
Gosto de emoções à flor da pele, de sentir que estou vivo, que consigo sentir. Enquanto sentir, estarei vivo. Porque o sentimento é o que basicamente me move.
Gosto do barulho da chuva. Esse som delicioso que pode ser tranquilizador e, dependendo da intensidade, assustador. Gosto, porque a gente também é assim, depende de por qual ponto de vista estamos sendo analisados e quem faz essa análise.
Não gosto das coisas dentro de fôrmas. Aliás, coisas dentro de fôrmas eu até posso gostar, mas de pessoas dentro de fôrmas, eu tenho ojeriza. Acho que todo mundo é rico demais pra tentar se igualar. Não gosto de tudo muito "certinho" porque perde a vida. Porque a vida é incerta e essa incerteza que nos torna verdadeiramente humanos.
Pra completar: Aprendi que não adianta tentar passar todos os meus caminhos à limpo. Essa mão canhota é humana e erra, mais de uma vez. Muito mais.



P.S.: Desculpem o sumiço. Mas o que eu mais gosto dessas "Idas e Vindas" são as voltas, porque elas sempre são mais felizes.