domingo, 4 de novembro de 2012

Conta gotas

De
repente,
enquanto
escrevia
essa
carta,
caiu
uma
lágrima
na
folha
de
papel.
Uma única lágrima que não aguentava mais se segurar. E foi. Escorregou por todo meu rosto e caiu sobre o papel. Muitas vezes, a alma da gente não sabe os porquês nem os "porquens", mas chora. Talvez de alegria, saudade ou solidão... Quem sabe? Eu não! Eu não sei muito da vida. Eu sinto, sinto muito, muito mais que deveria! Mais do que aguento, mais do que aguentam.
Quando? Não sei. O sentimento não tem hora marcada. Mas ele vêm dilaceradoramente quando quer. E eu não preciso contar as lágrimas pra medi-lo. Às vezes eu choro baixinho. Às vezes, por dentro. Sem externar nada, sem lágrimas, sem nariz vermelho. É choro do mesmo jeito. Ou mais dolorido. Ou menos, não sei. Eu não sei muito da vida. Eu sinto, sinto muito. De gota em gota, poderia formar um oceano. O meu oceano. Quem sabe seria bom... quem sabe? Ninguém sabe nada dessa vida! Com todos os diplomas, com toda sabedoria... Que sabedoria? Quem é que disse que isso tudo é verdade? E se for vã filosofia? E se estivermos vivendo a mesma mentira que viveram anteriormente, iludidos, crendo que vencemos aquilo que é invencível? Elis cantou que "ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais", Cazuza que via o futuro repetindo o passado... "Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia". Shakespeare já cantava essa pedra que agora atiro! Nós nos apegamos tanto às nossas verdades absolutas que esquecemos de checar se são mesmo verdades. O que pode ser mudado? O que já foi? O que não é mais? O que é mais importante? QUEM é mais importante? Até onde vai a comodidade, o medo, a frustração?
Por que você chora à noite, escondido, com o rosto no travesseiro? Chora sem saber direito. E tem vontade de gritar. Nunca grita. Porque se gritar, vão escutar e vão querer saber "por quê". E eu não sei direito. Está tudo muito misturado, muito junto, muito dependente. E eu vou vivendo assim, contando os dias, esperando a vida, esperando alguém, esperando ser alguém, esperando ter coragem de viver... de gota em gota!

domingo, 8 de julho de 2012

Com amor

Boas lembranças são guardadas nessas caixas de presentes bonitas em cima do guarda-roupas. De vez em quando a gente sente vontade de ir lá e (re)viver aquilo que já nos fez sorrir e que, simplesmente, não existe mais. Algumas coisas, pessoas, lugares, cheiros e sons a gente não pode levar com a gente. Mas, também, não conseguimos abandonar, esquecer, curar... Nossa única alternativa é guardar, com amor, dentro do coração.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Lençol com elástico

Ninguém consegue viver sem uma boa xícara de café, um amor pra lembrar e um bom lençol com elástico pra deitar. Lençol sem elástico sai do colchão durante a noite. E eu preciso que as coisas fiquem firmes. De instável, já bastam meus sentimentos, meu humor e o clima. Nunca sei quando vou morrer de calor ou frio. Não aguento mais mangas 3/4! Quero desculpar atraso por causa do frio ou ter a sede como desculpa pra escapulir do mundo durante o dia. Outono só é bonito na estação, na vida não. Na vida, ou é frio pra esquentar ou calor pra esfriar. Mais ou menos nunca fez meu tipo. Minha garota é intensidade! Eu sei que isso tudo parece meio insano, eu sei. Mas é assim que eu ando, desequilibrado, contendo a minha loucura, filtrando minha insensatez. Quero me convencer que, como dizem, "isso é fase". Fase que dura uma vida, quem sabe inteira. No final das contas, eu só quero uma boa xícara de café pra ficar acordado, um amor pra lembar que vivi (sim, eu vivi!) e um lençol com elástico. Porque lençol sem elástico sai do colchão durante a noite.

sábado, 28 de abril de 2012

Palavras, apenas palavras.

Se eu canto é porque não sei mais dizer.
Às vezes faço verso.
Quase nunca rimo.
Me jogo num oceano de palavras mas quase nunca sei qual pescar. Elas vêm. E eu me rendo. Não sei impedir as palavras de virem à tona. Elas são fortes demais. Quando estão dentro de mim, explodem. E eu não aguento mais implodir.   Sou quase um homem-bomba sentimental. E eu vou explodir. Sempre. Vez por vez.
Algumas vezes, sem querer, algumas palavras amargam dentro de mim. E eu tento impedi-las de sair a qualquer custo. E elas apodrecem, causam indigestão.
Eu acho engraçado o poder que as palavras têm. Elas animam, curam, ferem, machucam, espancam, amam. Já levei muitas surras de palavras. Dessas de deixar a gente moidinho no chão. Algumas vezes bati também. Me arrependi. Outras tantas, só apanhei. Não acredito que um tapa se cura com outro. Como minha mãe sempre diz, ninguém resiste ao amor. Nem mesmo as palavras.
Eu canto porque o verso existe.
Nem sempre rima.
Mas sempre vão existir palavras pra se cantar.

domingo, 8 de abril de 2012

terça-feira, 20 de março de 2012

À moda antiga

Vamos namorar no portão e sair de mãos dadas pela rua.Vamos cantarolar nossa música, ir ao cinema, comer algodão doce. Quero conhecer os seus pais, te fazer uma serenata, te dar flores. Tudo de um jeito bem ultrapassado, desses que não existe mais. Vou te recitar uma poesia e ficar contando todas as suas sardas. Vendo seus olhos sorrirem quando digo alguma besteira. Quero "perder tempo" olhando você. Quero te escrever cartas e sonhar com nosso futuro.
Vamos jantar à luz de velas e dançar valsa. Corre lá e coloca aquele seu vestido rodado que eu te pego às 7 com os meus suspensórios novos e com flores na mão.
Corre, porque a vida passa e a graça também.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Não está tudo bem.

Meu coração anda apertadinho que quase não cabe mais nada. Quase expulsa o que já está dentro dele. Vive de lembranças e do que passou, mesmo não achando o passado tão interessante assim. O que acontece hoje parece não ter importância. Está tudo bem, mas é que o coração tem lá seus motivos... talvez a solidão ou, quem sabe, a procura... Às vezes, nem eu entendo.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Vem


Deixa eu bater na máquina uma carta de amor bem melodramática e colocar aquela nossa foto junto, presa com o mesmo clipe colorido que você prendeu o número do seu telefone na minha agenda. Deixa eu lembrar de todas as vezes que rabisquei num pedaço de papel qualquer lembrando de você, pensando em você. De todos os nossos sorrisos, das mãos dadas, do primeiro beijo, do primeiro olhar. Quero guardar sempre comigo o formato do seu rosto, o seu cabelo curto, o seu nariz de boneca e suas sobrancelhas arqueadas. O seu All Star vermelho que me faz lembrar a "música do All Star Azul. Hoje me peguei cantando "o seu All Star azul combina com o meu preto de cano alto". Vermelho e azul pareciam iguais... Você me faz querer fazer todas as combinações possíveis. Tudo em parzinho. Eu abro o meu guarda-roupas e romantizo até minhas cuecas. Eu me tornei um bobo, como você me chamava ao mesmo tempo em que me acariciava com essas mãos cheias de dedos com unhas roídas.
Até hoje eu não sei porquê ainda não te encontrei. Eu te fiz tão perfeita aqui, na minha cabeça. Tenho medo de pensar que você não existe. Então, prefiro a fantasia. Prefiro pensar que Deus te criou também e que você está em algum lugar, criando um eu na sua cabeça. Esperando por mim como eu espero por você. E eu vou continuar esperando porque só você tem o encaixe perfeito pro meu coração. Vou continuar inventando histórias da nossa vida e acreditando nelas.
Vamos deitar no sofá e escutar nosso disco até a agulha arranhar o vinil. Vamos inventar um mundo só nosso.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Aos corações

Coragem!
Afinal de contas, vocês já passaram por muita coisa até aqui.
Sentiram, sofreram e, principalmente, cumpriram seu maior ofício - que, biologicamente, é o de bombear sangue, mas que, para os poetas, é o de amar. Sei que algumas vezes foi muito difícil. Para alguns, continua sendo. Mas, qual o significado, a sua grande "missão" no mundo se não for a de amar?
Eu acho que, às vezes, muitas vezes, vocês são meio burros. Batem rápido demais por quem não deveriam, se quer, pulsar. Depois vocês caem em si, como bons corações que são, e sobrevivem a esse coração que não acelerou de volta.
Da primeira vez, passa. Da segunda, também. Da terceira, surpreendentemente, passa também. E, nós, meros corpos que vos abrigam, vamos sendo guiados, às cegas, por vocês. Mas chega uma hora que vocês vão parando de sentir. Parece que dão defeito. Ficam calejados depois de tantos corações que não bateram de volta. Aí vocês se arrependem de bater também. Só batem por sobrevivência. E a nossa vida parece ficar morna. Sem sal. Sem graça.
Coração, aprenda a bater por você mesmo. Não coloque sob a responsabilidade de outrem aquela que é só sua.
Nós, corpos, - tão dependente de vocês -  temos o dever de sermos felizes por nós mesmos.
Espero que, algum dia, vocês sejam mais cautelosos e menos impulsivos. Nós sofreríamos menos. Mas, eu peço, por favor, antes de tudo, que mesmo diante de tantas adversidades, mesmo diante de um mundo onde quase não valha mais a pena amar: não parem de sentir! Porque é o sentimento que nos move. Mesmo que ele seja dilacerador, que nos jogue no chão, com ele, nós saímos do lugar e aprendemos a levantar. E o aprendizado nos torna mais fortes. E eu quero ser mais forte. Até o dia em que você acelere pra um coração que vai acelerar de volta.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

sábado, 7 de janeiro de 2012

Depois do sumiço

Estou aqui para escancarar minha loucura.
Embora raros sejam os momentos em que estou lúcido, neles, consigo ver claramente o quanto sou louco.
Rapazes não querem saber de versos.
Bebem cerveja ao invés de Cappuccino.
Estou aqui pra dizer o quanto sou louco. E é loucura opcional.
Deus me livre ser normal nesse mundo.